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quarta-feira, 18 de julho de 2012

23:29

às vezes, na vida, a gente passa por uma daquelas fases de questionamento, e é bem isso que eu venho vivendo. não é contar aqui, ou no divã, ou entre soluços, pro namorado, as agruras do dia a dia. é se questionar mesmo, tudo o que te trouxe até aqui e pra onde você pode ir a partir de então. eu tenho usado essa fase ruim pra me questionar. pra analisar, processar, pensar até a cabeça doer. tentar formular frases, estruturar o raciocínio. a mesma pergunta que eu não sei responder num dia me aparece nítida e clara no dia seguinte. eu começo a repensar várias fases da minha vida, fases difíceis ou fáceis, como eu encarei cada uma. começo a prestar atenção nas minhas reações. sou passional, sempre fui. começo a dosar as palavras, segurar as respostas, tentar respirar fundo e ordenar as ideias sempre que a vontade é cuspir fora tudo o que eu venho engolindo. eu tenho problema com autoridades. autoridade é coisa difícil de lidar quando ela não é conquistada. eu sou autoritária, então sempre que alguém com essa característica está acima de mim, o nó na garganta é maior. eu sou competitiva, e tenho imensa dificuldade quando não posso ganhar no argumento. quando estou certa e preciso calar. porque quem está errado manda. eu espero, espero, tento marinar as ideias. tento passar pelas horas sem me irritar ainda mais, e aos poucos as ideias ganham contornos mais nítidos. eu sempre me defini pelo trabalho e pelas relações que eu criava. nesse momento, nenhuma das minhas relações de trabalho me define. meu trabalho não me define. eu não sou aquela pessoa sentada ali na cadeira, tentando cumprir as demandas na mesma velocidade que elas chegam. eu sou aquela que entra no carro quando o dia termina, liga o aquecedor e bota strokes bem alto. eu sou aquela que cria uma bolha que abafa o som quando o assunto em volta é qualquer coisa que aquelas pessoas achem interessante e que eu nunca estaria ouvindo se não fosse pela absoluta falta de opção. eu me defino aqui fora. na minha casa com meu menino, na casa da amiga com seu bebê recém-nascido nos braços, na ansiedade pela chegada das encomendas de decoração da casa. pelo choro sofrido vendo trabalhos bonitos que eu queria estar fazendo. vendo gente sendo feliz fazendo aquilo que eu sei fazer, e que eu gosto tanto. a gente espera. que os acontecimentos se desenhem mais brandos, que essa opressão pela diferença pare de machucar. nada daquilo me define. meu trabalho, aqui fora, aqui dentro, é achar esse fio condutor e puxar, pra ver e lembrar do que eu sou feita. e qual o caminho a seguir. 

2 comentários:

  1. Gostei do blog novo, espero que com ele venha logo uma fase nova gostosa depois de tanto questionamento. Tenho passado pelo mesmo, fase difícil,de escolhas difíceis, mas já já a fase boa de recompensas chega, tenho fé. :)

    Beijo!

    belatriz.info

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  2. tô numa situação muito parecida em que tudo o que eu penso é como que eu faço pra sair dela sem parecer que eu to jogando a toalha.

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