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segunda-feira, 15 de julho de 2013

eu vim antes pra terapia porque aqui, na sala de espera, eu tenho paz e silêncio. eu coloco os pensamentos em ordem, e me distraio jogando candy crush e pensando nas compras do supermercado de mais tarde, onde eu vou comprar ingredientes prum bloody mary. porque tomate temperado com vodka em acalma a cabeça.

eu quero outro final de semana porque eu trabalhei nesse, e esse tempo ninguém me devolve, nunca mais. meu tempo, esse. e teve mais, no final de semana anterior, aquele do feriado de são paulo, eu também trabalhei. e depois, quando era hora de voltar pro escritório, eu tive tanto, mas tanto aborrecimento que os 3 dias úteis de uma semana supostamente curta viraram uma eternidade, se arrastando a cada hora, a cada minuto. e quando houve tempo pra descansar, porque era sábado novamente, eu estava no escritório, roubando batatas fritas dos meninos do desenvolvimento e querendo estar em casa olhando pro teto. e aí, quando eu cheguei no escritório nessa segunda-feira, cansada e desiludida depois de tanto desassossego, o que eu escutei foi o chefão dizer que tinha mudado de ideia, e que seguiríamos com o caminho dos gringos, aquela briga que eu ganhei há 5 semanas atrás. e eu escutei quieta ele dizer que nós tinhamos estourado o prazo, e que agora não dava mais tempo. e todo o prazo estourado não era meu, era do chefo, que ia e vinha e mudava de ideia o tempo todo. e agora a culpa era minha e todo o trabalho feito nas últimas 5 semanas ia ficar pra depois. e que não é trabalho perdido, veja bem. ele será aproveitado. todo o trabalho daquele final de semana de feriado, que eu podia ter aproveitado com dias ensolarados fora de casa. e eu fico pensando que quando eu for CEO de uma empresa, qualquer uma, eu vou ter culhão de manter as minhas decisões.

porque tem sido difícil me adaptar. e eu fico querendo procurar emprego de novo, e eu fico querendo ter passado na entrevista de sexta. eu sei que eu fui bem, a rh me disse que ia encaminhar meu curriculo pro chefão de lá. e aí eu penso na novela de adaptação, de começar do zero, me acostumar com os horários, com o trabalho, com as ferramentas, com as pessoas. meodeos. as pessoas.


e eu fico querendo férias, descanso, silêncio absoluto enquanto eu fico de olhos fechados tentando não pensar em nada. tipo aqui, na sala de espera da terapia. onde eu tenho paz e silêncio, antes de encarar meus demônios na sala de portas fechadas.

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