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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

lojinha. dia um.

lista de preocupações do primeiro dia de trabalho depois de 5 meses sabáticos:

como vai ser o trajeto para a cidadevizinhadepoisdealphaville? vou ter companhia pra almoçar? vão deixar meu carro entrar no estacionamento? vão liberar os acessos todos às portas todas? terei gavetas? terei um notebook? tendo um notebook, seria ele um PC? aimeudeus eu não sei mais mexer no windows maldito. como é que se scrolla mesmo sem usar os dois dedos? terei gavetas? terei tomadas pra carregar o iphone maldito que descarrega o tempo todo? terei acesso a e-mail e sites variados? redes sociais? vai dar pra comer direito no refeitório? devo levar casaco caso o ar-condicionado seja congelante? terei vida?

pessoa desacostuma fácil com a vida corporativa. o trajeto foi tranquilo, 29km (POIS É) em 35 minutos. dia bonito, disco do vampire weekend no ipod pra já ir me preparando pro lollapaloosa em abril. todo o tempo vencido na estrada se esvaiu tão logo eu cheguei. autorização uma, autorização duas, pega carimbo, volta, para o carro (só por hoje, enfatizou o segurança, depois tem que ter credencial). anuncia o nome, ramal não atende, senta, espera, passa mais meia hora e adivinha só. ninguém tinha sido avisado que eu cheguei. fui resgatada pela nova chefa, sorridente e com sapatilha igual à minha. o crachá é provisório e ainda não libera nada em lugar nenhum porque tem algum sistema que tem que ser liberado e bla bla bla.

eu sorrio. :) tudo beeeem.

gavetas não existem e as workstations são relativamente pequenas. mas é espaço suficiente pra eu me espalhar. existem paredinhas, e eu acho isso ÓTEMO. odeio que bisbilhotem minha tela. a paredinha é acolchoada, daquelas de prender alfinetes com coisinhas. achei ótimo. ganhei um note (check!) que só chegou no fim da tarde, ainda sem acessos aos sites variados, mas autorizações em curso (check!). windows 7 bombando na tela e eu tinha esquecido até como é que se faz print. mac deseduca a gente, né? mas queria abrir um parêntesis e agradecer à dell que copiou bonitinho a apple e SIM, tem scroll com dois dedos. viva!

credencial liberada para o estacionamento (check!), alma provisória (morro com esse nome) ainda sem funcionar, informação de que SIM eu terei carnaval (alou praia, me espere), tudo nos conformes.

tomadas são 3, e eu já botei iphone carregando o dia todo. adoro tomadas. me chamem de louca. <3 redes sociais serão liberadas amanhã (oremos), mas foi bem tranquilo me manter conectada a partir do iphone. o refeitório eu permaneço sem conhecer, porque chefa fofa disse que no meu primeiro dia eu merecia ir comer fora, e me carregou prum restaurante NA ESTRADA, de carona com uns desconhecidos que soltavam fogo pelas ventas por alguma merda que alguém tinha feito uns dias antes.

ah, o mundo corporativo. <3

i'm going back to the start =]

2013 fez 10 anos que eu me formei. sou publicitária, passei meu último ano de faculdade dentro de uma das ~grandes agências~ desse país.  eu era bem encantada com esse mundo, e tinha lido todos os livros sobre as vidas dos grandes publicitários. na sala de aula, os colegas me olhavam com curiosidade, e eu enchia a boca pra dizer onde trabalhava. atendia uma das maiores contas de varejo do país, e tinha um futuro brilhante pela frente. na publicidade, vejam bem.

dois meses antes de me formar, e de ser contratada, perdemos a conta. uma dessas coisas que acontecem. todo mundo demitido. a agência bonita, com vista incrível para a praia do flamengo, com luzes apagadas. era o fim. eu não seria contratada, e as pessoas que me contratariam também estavam desempregadas.

uns meses depois, meu primeiro emprego. foi por acaso, e eu fui contratada porque escrevia bem. precisavam de uma redatora. uma empresa ~de internet~. foi ali que eu conheci alguns dos meus melhores amigos, foi ali que eu fui mordida por esse bichinho. eu caí em internet por acaso. e eu fiquei por escolha.

saí dessa empresa quase um ano depois, entrei em uma startup, fiquei mais um tempão, mudei pra são paulo, e o resto da história todo mundo já está cansado de saber. 

a empresa que eu trabalhei no meu primeiro emprego em internet foi comprada por um grupo muito muito maior. e esse grupo cresceu mais desde então. esse grupo é realmente gigante hoje em dia.

~e esse grupo acaba de me contratar~

então é isso. 10 anos depois, uma volta ao início. um arco perfeito. com a diferença que agora o cargo é mais legal, e eu realmente amo fazer o que vou fazer lá. tem julinha, amiga mais querida do mundo, na equipe do rio de janeiro. quase dei um gritinho quando digitei o nome dela nos contatos de outlook e ela estava lá, a dois cliques. achei mais pessoas de dez anos atrás, e acho que vai ser divertido mesmo reencontrar esses rostos do passado.

a vida, quando se acerta, se acerta bonita.

~

por motivos de carinho, a partir de agora, o nome da empresa em que eu trabalho, para fins bloguísticos, é lojinha. :)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

back on track

mercúrio retrógrado trollou de todas as formas o meu call com amsterdam. eu não ouvia, a rh não ouvia, a ligação não completava. remarcamos pra dois dias depois. cheguei a fazer um roteirinho do que queria dizer, e talecoisa. e o call não aconteceu. nenhum e-mail dela pra explicar o sumiço, nenhum e-mail meu perguntando o que houve. não era pra ser. tinha outra coisa guardada praquele dia.

**

meu despertador tocou 8h45. eu sempre acordo, desligo a soneca e checo e-mail no celular. fiz isso. tinha um e-mail, que chegou 8h43. proposta trabalho era o subject. pulei da cama, meu menino dormindo. o medo, velho conhecido. medo de a proposta não ser da empresa que eu queria, de o salário ser abaixo do que eu esperava. rolei os dedos em busca dos números. e era bom. era exatamente o que eu havia pedido. a empresa é aquela que eu vinha conversando desde novembro, que me levou pra cidade vizinha de são paulo, onde fica a sede, que me levou pro rio no dia que eu aproveitei pra ver a yayoi kusama. a sede nova, em são paulo, perto de casa, fica pronta em poucos meses. até lá, bora pegar estrada um tiquinho.

fiquei meio anestesiada, deitada na cama. sem saber o que estava sentindo, se estava feliz, se estava assustada. acordei meu menino e ele me ajudou a entender que SIM, isto era uma boa, uma ótima notícia. que é a vida entrando no eixo, que é a vida se acertando.

cortei o cabelo com o cabeleireiro querido, bati perna pela Oscar Freire e gastei uma pequena fortuna em calças jeans com a minha irmã. avisei dois ou três amigos queridos. o resto, preguiça. acho que eu nunca mais vou ser a mesma depois desses últimos 5 meses. tirei a lente cor de rosa do rosto. estou mais reservada, acho. mais desconfiada. mais descrente.

começo semana que vem. estou animada, mas levemente assustada, desacostumada com essa vida de sair de casa todos os dias. nada que eu não reaprenda rápido. a vida se acerta, e eu me acerto junto.



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

mercúrio retrógrado strikes again. (mas eu to diboua, como se diz por aí)

minha irmã veio visitar. na verdade ela já viria mesmo, resolveu fazer pós graduação em são paulo, e isso fará com que nos visite uma vez por mês, pelo menos. mas eu e meu menino fomos pra cidade siderúrgica (porque deu vontade =]) e ela aproveitou a carona. é bom porque eu continuo tentando preencher minhas semanas enquanto as respostas todas não vêm. é companhia.

minha vida vida é esperar. a rh de uma das empresas que eu vinha conversando (a mesma que me mandou pro rio pra fazer entrevista, em novembro - vejam bem a demooooora do processo) me ligou quarta passada, dizendo que ia me mandar uma proposta por e-mail.

e nada. passou quinta, passou sexta, passou o final de semana, nada de proposta. mandei e-mail, ela respondeu dizendo que teve um atraso, mas que é pra esperar que já já a gente se fala. (mercúrio retrógrado bombando, néam?). eu to no escuro se é boa ou ruim, mas é uma proposta, certo? nesse meio tempo surgiram mais 3 entrevistas. uma delas é um call com uma empresa muito legal. em amsterdam. pois é. amanhã. vamos ver.

can you imagine?

com a minha irmã por aqui, fomos para o shopping. comprei maquiagens e sapatos. tão errada, eu sei. devia estar economizando, eu sei. quero comprar uma poltrona nova (outra, pois é, não sossego), mas esse tipo de coisa é cara, e pra isso eu preciso da proposta. pra saber em que pé estou na minha vida. pra saber se eu reajusto as velas e vivo com menos (eu super vivo com menos, vejam bem) ou se posso continuar alocka gastando os tubos em coisinhas coloridas e felizes.

nesse meio tempo, sorvete. a vida é boa, ontem choveu, o céu de fim de tarde é alaranjado e eu continuo achando a vida uma coisa daora, como se diz em são paulo. eu só preciso mesmo ajustar esse pequeno desalinho profissional pra que tudo volte a mais incrível perfeição.

amanhã, terapia. entrevista por skype com amsterdam. medinho.

depois, karaoke.bora aproveitar a vida, né?

=)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

eu sou a minha própria barbie. podem rir. eu me dei conta disso, eu tenho me dado conta disso com alguma frequencia. minha barbie nunca foi adolescente, nem pessoa de vinte e poucos anos. ela era adulta, tinha casa, marido. tomava conta da propria vida e era relativamente bem sucedida. não que eu seja suuuuper bem sucedida, vejam bem, ainda mais agora nesse ~momento sabático~. mas eu me pego discutindo se o multiprocessador que tem juicer vale mesmo a fortuna que ele custa, dou dicas de máquina de lavar e ar-condicionado portátil. contratando faxineira, comprando verduras no supermercado. fazendo as unhas. uma coisa assim muito grown up.

serena van der woodsen, em relacionamento sério e estável um menino legal, me disse que sábado, indo para o interior de carro, com namorado e cachorro a tiracolo, teve uma epifania. aquele era um momento feliz. tudo estava certo. tudo estava no lugar. eu sorri e disse pra ela que esses momentos aparecerão cada vez mais, porque comigo foi assim. e que naquele mesmo sábado eu tinha tido um desses, tomando um sorvete gigante perto de casa e assistindo o meu menino respingar o sorvete dele na camiseta. <3

eu não sei bem como foi que aconteceu isso de eu me olhar e estar tudo no lugar. tudo, sabe? a vida se acerta. eu olho no espelho e gosto do reflexo, me acho bonita a ponto de não ter vergonha de colocar biquini. uma vergonha que me acompanhava há 10 anos atrás, quando eu era mais magra e provavelmente muito mais bonita, mas eu não via, eu não me via como me vejo hoje. não é o corpo que conserta, até porque eu continuo odiando exercício físico. é a cabeça. talvez seja a terapia, o equivalente da academia, que traz resultados mais imediatos e duradouros. são 4 anos de análise, divã, freud na veia. taí um dinheiro bem gasto. dinheiro gasto comigo, sabe? 

aliás, 3 anos hoje, desde aquele café na starbucks. and counting. <3

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

eu andei irritada, eu andei puta da vida e descrente. passou. amigo bicha má félix me queimou, fui lá nos meus amigos que trabalham com ele e contei tuuuuudo. agora a belezinha trabalha em campo minado. e eu sei de tudo o que ocorre, inclusive que ele é odiado pela (minha ex) querida equipe. não que faça alguma diferença. venho tratando na terapia a minha coragem de ir lá perguntar PORRRRR QUEEEEE, mas no momento estarei adiando por motivos de evitar a fadiga.

tenho objetivos maiores. que incluem me recolocar profissionalemente o mais rápido possível para gastar os tubos em cadeiras, que é o que eu faço de melhor nessa vida. <3

nesse meio tempo, entrevistas, esteira, mais do mesmo. jantares com queridos, com o namorado. inverti os móveis de posição, resolvi tirar as manchas do chão. to virando dona de casa, quase que com toc. cada canto da residencia de cor. uma fila de projetinhos. alguém precisa me parar. antes que eu surte e vire a martha stewart de pinheiros.