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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

#foreveralone

o trabalho anda me consumindo. as viagens ainda cansam. a equipe do sul é fofa, fofa, e decidimos transferir uma menina de lá pra são paulo. acho que a vinda dela vai ser boa pra mim. eu ainda tenho questões de adaptação à firma.

não é o trabalho. o trabalho eu já estou assumindo sem dramas, já sei o que deve ser feito e, aos poucos, acho que vou ganhando a confiança dos chefos.

meu drama é bobinho. eu não consigo me enturmar.

poucos são os almoços em grupo. ninguém chama ninguém pra almoçar, cada um vai no seu horário, no seu tempo. muitos vão sozinhos, é meio que cultural mesmo. no início eu ficava TENSA, era a pior hora do dia, a hora que eu ficava de antenas ligadas pra pegar carona num dos grupos e não ter de almoçar sozinha. mas os almoços eram todos meio estranhos, comigo não me sentindo parte.

fico tentando lembrar se era assim lá em 2009 quando eu entrei na firma colorida de pessoas bolhas, cada uma no seu mundo fechado. eu tinha TANTA energia pra forçar entrada nos grupos. agora não. agora eu estou na minha própria bolha, preocupada demais com a entrega de alguma compra online, com o pagamento de alguma conta, com algum e-mail pra responder. o meu momento é outro.

eu estou sem equipe. o designer burrinho saiu semana passada, e eu já vinha evitando qualquer contato que não fosse work-related com ele. almoço, nem pensar. o cara de ti, que é um carioca até que bem legal e de quem eu tenho trabalhado mais próxima, almoça comigo às vezes, mas ele anda num looping pós pé na bunda que torna os almoços meio chatos e monotema. eu não gosto de comer sozinha. sou uma criatura social. namorado diz que eu tenho que perder essa coisa high school de precisar de turma. eu concordo com ele. é só um trabalho. minha vida é lá fora, meus amigos estão lá fora, eu não estou em busca disso. racionalmente, eu sei disso tudo. mas cadê forças pra pegar a bolsa e sair sozinha, em silêncio, e achar um restaurante, e me sentar sozinha pra comer?

Fico arquitetando planos de construir um grupo novo, juntando a menina que vem de porto alegre e a designer japonesa quietinha e fofa que a gente escolheu pra substituir o designer japonês burrinho e preguiçoso. Vamos ver como isso evolui.

4 comentários:

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  2. Hahaha, gente, eu não podia ser mais diferente. Eu FUJO das pessoas. Procuro restaurantes distantes, almoço no andar de cima e finjo lindamente que não vi o(a) coleguinha quando dou o azar de encontrar com ele(a) na hora do almoço :)

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  3. Mega te entendo. Na faculdade a gente passa quase todos os dias várias e várias horas lá, o que trazia almoços grupais cheios de risadas. Era geralmente o melhor momento do dia.

    Quando fui pra Brasília, entrei em uma pós que duraria um mês e tinha carga horária de 10h por dia. No primeiro dia, fui excluidinha pelos residentes e tive que almoçar sozinha numa cozinha com baratas. Chorei no caminho para casa e decidi não ficar mais durante 10h. Na hora do almoço, voltava pra casa. Por causa de uma coisa simples, diminui minha especialização pela metade.

    Hoje, acostumei a comer sozinha. Trabalho em clínicas onde não tenho com quem almoçar, então, se eu não acostumasee, morria de fome. Hoje como vendo seriados no consultório. Alias, aprendi A SER sozinha. Os plantões trouxeram essa dependência. Talvez seja exatamente o que você precisa, o despreendimento do grupo. Vale a pena.

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  4. o problema não é almoçar sozinha, né? é almoçar sozinha todo dia.

    eu sento num restaurante sozinha e almoço tranquilamente. mas, se tivesse que fazer isso todo dia, acharia chato. é tão bom ter um intervalo no meio do dia não só pra comer, mas pra conversar com pessoas que têm a ver com a gente.

    eu trabalho com amigos, então tudo fica mais fácil. mas eu imagino que se trabalhasse em escritório todo dia e não tivesse com quem almoçar ficaria bem chateada. =)

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