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quinta-feira, 31 de maio de 2012

00:23

daí, bem na hora de defender o projeto e pedir dinheiro pra refazer, direito, aquilo que foi porcamente feito no passado, wonderland resolve congelar custos. eu fico meio pra morrer de pensar na quantidade de dificuldades que se encontra ali pra qualquer coisa. quer instalar um programa? senta lá, cláudia. quer consertar o computador? pegue a senha. entra na fila. quer fazer qualquer coisa? lide com as dificuldades, aprenda a se colocar, esconda a sua desilusão, faça poker face.

poucas vezes na minha vida eu estive tão amordaçada, amarrada. sou refém de processos, de projetos, de pessoas que nem sabem fazer contas simples. meu projeto vai ser defendido, não por mim ou pela menina ruiva com quem eu trabalho há meses, e que junto comigo e a equipe fofa dá o sangue pra fazer funcionar um troço que foi construído pra dar errado (oi, former friend, culpa sua, beijos). meu projeto será defendido por uma pessoa que acaba de entrar no barco, que só avalia os slides de uma apresentação que nós fizemos sozinhas, até tarde da noite, durante duas fucking semanas, e que diz pra gente que aquele 'por que', ali do título, é junto, e não separado, quando o 'por que' é separado mesmo e ela que está perdida nas regras do bom português. e ela faz cara de interrogação, e fala. jura? mas qual a fonte? a fonte sou eu, que assisti às aulas bonitinha. jornalista que escreve errado e defende meu projeto. essa é a minha vida.

eu não posso fazer nada. eu fico olhando as movimentações, e eu tenho bastante certeza de que o estrago causado pelo former friend foi grande o suficiente pra ninguém querer dar nem mais um tostão pro projeto. a tal reunião de defesa é, pra mim, como andar naquela ponte em barco de pirata, tipo nos desenhos. a morte.

sendo a morte, o que a gente faz? espalha curriculos? sai correndo como se não houvesse amanhã? veste um sobretudo e metralha todo mundo? a menina ruiva é super bem informada, e me garantiu que, mesmo nesse caso, eu não corro o menor risco. acontece que eu não sei que tipo de risco eu corro. é ser levada pra um outro projeto? eu vim pra wonderland pra fazer uma coisa que eu queria fazer. não pra ficar sendo realocada conforme a maré. risco pra mim é ver meu trabalho dos últimos nove meses escorrendo pelos dedos, sendo decidido por gente que não entende a coisa mais básica sobre esse mercado em que eu atuo.

alice roi as unhas e fica querendo morrer nessas horas.

2 comentários:

  1. espalha currículos.... e enquanto isso, dedos cruzados e dê tudo de si.

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  2. Menina, vc .NÃO.CONSEGUIRIA. trabalhar no setor público. Isso aqui, sim, é de enlouquecer. Sabe quando tem que atualizar um simples módulo de segurança do site do banco? Pois é, preciso abrir chamado pro "técnico". Abre-se chamado pra tudo, é tudo obsoleto, tudo anda a passo de tartaruga.

    Regras do por quê? Fia, passo o dia recebendo emails em caps lock de quem não sabe nem se "com certeza" escreve junto ou separado. *cry*.

    Sorte aí : )
    :*

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