dia 6. eu vejo você pela tela do celular e te acho tão bonito. felicidade é coisa que estampa na cara, né? deve ter sido por isso que eu recebi tantos elogios quando a gente se encontrou há quase quatro anos atrás. o dia 5 foi mais difícil. eu chorei antes de dormir. a casa segue bagunçada e as plantas seguem mortas em seus respectivos vasos. amanhã eu resolvo. chegou sua revista, e o tema dela dessa vez é o tempo. achei simbólico. marquei minhas férias, e comecei a pesquisar passagens.
começou, né?
quando a gente falou da viagem pela primeria vez estávamos indo morar juntos. desde então, isso sempre esteve no caminho. primeiro eu fiquei aliviada, porque é difícil olhar assim tão pra frente, dois, três anos. eu pensava em mim no futuro e tinha certeza de que estaria muito arrasada às vésperas da sua partida. fiquei muito surpresa comigo mesma quando esse período chegou. eu fiquei animada com os seus planos. fiz planos pra mim. uma pausa, você faz as suas coisas, eu faço as minhas. daqui a pouco a gente se encontra. um ano não é nada, certo? nada, principalmente se a gente for pensar no projeto inteiro, que é uma vida.
um ano não é nada. nas ontem foi o dia 5 e eu chorei. tem a preocupação com a saúde da minha mãe, tem a tensão do trabalho, tem a casa vazia quando eu volto. no dia 5, eu quis que você estivesse aqui. pra eu deitar quietinha no seu peito e cochilar o meu melhor cochilo. aquele que você me acorda me dizendo que eu ainda preciso escovar os dentes, vestir o pijama e tirar a maquiagem. eu preciso descobrir um novo cochilo enquanto você não volta.
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