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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Baby steps

é só cansaço, mesmo. não tem muito o que fazer. começar de novo demanda muita energia, e eu estava precisando de férias. então, eu ainda credito tudo na conta da adaptação. passo pelos dias esperando o final de semana, me convenço de que a cada dia que passa, a vida acerta um pouquinho, e que antes que eu me dê conta de verdade, eu vou estar adaptada, mais descansada, mais dona do chão que eu piso.

por enquanto, a cada coisa que eu aprendo ou entendo, surgem mais outras que eu ainda preciso entender. na minha primeira conversa com o chefe que parece o otto, ele me disse. o menino designer é um recurso seu, e eu tenho questões com o trabalho dele. eu estava ali há três dias, tempo suficiente pra ver o trabalho do menino e achar, de fato, muito ruim. estava tateando, creditando essa primeira impressão ao momento. nada estava do meu agrado até ali, e era uma questão de ganhar perspectiva, mesmo. mas aparentemente não.

eu nunca demiti ninguém na minha vida. nunca. e eu já fui demitida, o que me coloca num lugar delicado de SABER a merda que isso significa para a pessoa. na entrevista, otto me perguntou se eu já tinha demitido alguém, e eu disse a verdade. e quando ele me perguntou como seria fazer isso, hipoteticamente é claro, eu disse que tentaria ser o mais franca e transparente possível. e aí eu chego e ele me diz que é escolha minha demitir ou não o menino designer. fui pro linkedin do garoto, e a experiência dele antes daqui é numa empresa meio piada no meio.

então eu fiz o que era natural fazer. vamos fazer o menino pedalar, tentar fazer dar certo, antes de tomar uma atitude mais drástica. e é nesse momento em que estamos. peguei toda a desorganização dele e mandei fazer uma lista, e me dizer claramente o que tá feito, o que não tá, o que ele ta fazendo, etc. ele espera que EU organize a lista dele. eu não vou fazer isso. eu preciso que ele se organize, ele crie um ritmo, ele atenda o que é esperado de alguém nessa posição. e ele fica ali sentado, esperando os pedidos.

tenho ficado bem irritada. tenho dado tarefas especificas, e tenho notado que ele enrola bastante. aparentemente, o cara que estava aqui antes de mim não se incomodava e fazer as filas do menino, e ele se acostumou com essa coisa de não cuidar do proprio trabalho. eu já repeti algumas vezes pra ele que não vou assumir esse papel. ele fica sentado, olhando pro meu monitor. se eu estiver no facebook, ele entende que ele também pode. ele fica sentado sem fazer nada esperando que eu me movimente pra ir embora, para que ele possa fazer o mesmo. ele está tateando, também. eu não estou nem aí pro quanto ele usa redes sociais, ou pra hora que decide vir trabalhar ou ir embora. eu preciso que a fila dele ande.

minha mãe chama isso de falta de expediente.

carta branca pra demitir. eu fico pensando em greys anatomy, quando os médicos precisam avisar a familia que o paciente morreu. certificar-se de que toda a informação seja passada de forma clara. não demonstrar emoção. eu sei que as duas coisas são bem diferentes, eu sei. mas é nisso que eu to pensando. eu não ia conseguir virar gestora sem passar por isso. sem precisar demitir alguém.

Um comentário:

  1. Nao da pra trabalhar com alguem que claramente nao sabe qual é sua função. Meu sonho seria demitir uma pessoa que trabalha comigo, mas infelizmente estamos em pé de igualdade. E é chato, pq eu ja perdi a conta de quantas vezes ja falei "seu problema é esse, esse e esse" e olha, honestamente, sao problemas DEMAIS e eu nao to mais conseguindo lidar. Mas esse é o problema de fazer criticas a alguem na mesma posição que você: ela pode ouvir ou nao. E na maioria das vezes nao ouve.
    Acredito que como chefe vc pode deixar claro porque esta demitindo aquela pessoa. E olha, ja passei por isso e juro que entendi o porque e levei aqueles porques pra vida e sou grata por eles. Mesmo os porques que nao consigo mudar (ainda) pelo menos sei como lidar com eles. Demissão pode ser muito positivo. Pra ambos. Vai na fé. =*

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