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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

fui pra terapia de manhã e chorei. foi providencial ter jogado, antes de sair de casa, o corretivo na bolsa. foi bom, também, ter colocado minha tiara vermelha. faz as pessoas virem falar comigo sorrindo, dizendo que eu estou bonita e parecida com a branca de neve. aquecem o coração essas pequenas gentilezas. 

eu acho que os cortes todos estão sendo decididos enquanto eu escrevo. planejei uma conversa franca com o chefo, mas não sei nem se terei tempo. estão decidindo ali na salinha, agora, os nossos destinos. é como wonderland, só que diferente. desse projeto eu gosto. gosto das pessoas, do clima, do que aprendi nos últimos 9 meses. continuaria aprendendo, se tivesse tempo. 

sai o menino gerente comercial, e foi isso que me quebrou as pernas. a honestidade com que ele lidou com a situação, a retidão. fico emocionada com gente honesta. a que pontos chegamos. saem também duas meninas do marketing e mais uma fofa do comercial. um mês de casa. largou o trabalho, veio pra cá, e foi demitida, porque chefão são consegue enxergar nem três meses diante do próprio nariz. as reuniões continuam, e eu acho que estou na próxima leva. estou me ocupando de encaminhar as minhas meninas, falar delas para os meus contatos, indicar com todo o amor que eu tenho. não me resta muito mais do que isso, agora. 

não tem nem um ano que eu passei por uma situação como essa, e eu sei que estou equipada. eu devo ter aprendido algo. estou lúcida e serena. chateada e decepcionada, triste com o rumo das coisas. tentando manter firme na cabeça o quanto eu sou boa e o quanto eu fiz por aqui. olhando para a equipe com um sorriso e garantindo pra elas que tudo vai ficar bem. porque vai. tentando acreditar nas minhas próprias palavras quando eu olho no espelho. porque eu preciso. 

eu sei que eu não fico sem trabalho. conheço o meu mercado, conheço a demanda por profissionais como eu. é questão de tempo. eu tenho milhares de contatos, e sempre me relacionei muito bem com as pessoas com quem trabalhei. isso vale bastante em momentos como esse. namorado fica me dizendo pra respirar, pra tirar um tempo e descansar, pra não me apressar em nenhuma decisão por medo de ficar sem trabalhar. eu realmente preciso de férias. mas isso tudo pede que eu seja racional, e eu não consigo. eu me esfarelo com trabalho, sou passional ao extremo. não sei se consigo.

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