a menina ruiva veio conversar comigo. uma coisa meio desabafo. andamos afastadas desde que nos demos conta de que somos de espécies diferentes. e, well, desde que ela virou minha chefe. e começou a aparar as minhas asinhas.
os olhos verdes arregalados, dizendo que chefa pasquale está fugindo dela, e que ela achava que a aprovação final da diretoria para o nosso projeto podia não vir. e que ela não estava preparada para um não.
eu sorri. e disse que estava. e que alguma resposta era melhor que nenhuma. eu conhecia bem essa cara dela de desanimo. da primeira vez ela tinha me afetado, mas dessa eu ia tentar não deixar isso acontecer.
ela segue tentando descobrir coisas. correndo atrás de pessoas, perguntando, marcando reuniões. recorreu ao mestre dos magos, e ele está tentando descobrir algo no alto escalão. e vai rolar essa reunião na segunda e vão falar de uma reestruturação. e ela está com medo.
eu sorri de novo. e mandei ela não se atrasar para a tal reunião. entrou um diretor novo e eu fui apresentada pra ele. é uma área afim e eu poderia ser remanejada. se tudo desmoronar, eu farei um duplo twist carpado com aterrissagem perfeita na area dele. enquanto isso, escuto músicas e faço o bom trabalho que eu sempre fiz. se chegar o momento de ter de levantar as mãos e deixar tudo cair, eu farei sem grandes dificuldades. comigo não tá.
é engraçado ver a menina ruiva preocupada com o chão desmoronando. meu chão desmorona há mais de 11 meses. eu quero mais é chutar o restinho de terra que restou. e ver o que tem depois disso.
eu fiquei calma. tem algo no desespero dela que me acalma, sabe?
no fim das contas, meu chão é firme. eu esqueço disso às vezes, mas ele é. e não tem nada no mundo que me tire essa certeza. adoro essa certeza.
back on my feet.
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