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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

e pera que não para por aí

chego hoje feliz e contente. carola passa por mim. eu, FOFA QUE SOU, pergunto.

e aí, cá (apelidinho falso e fofo), último dia, hein?

ela sorri, de forma enigmática. e diz. quem sabe? vamos ver o que acontece, né?

***

eu. entro. em. looping.

MERMÃO, CARALEO, COMOASSIM. chamo a menina ruiva pra conversar, porque já que hirarquia é tão importante no teatrinho de merda da grande corporação, eu estou acima da carola na cadeia alimentar e quero saber porque diabos (sim, diabos) eu sou a última a saber. ela tenta escorregar, mas eu imprenso na parede. já é a segunda vez ESSE ANO que neguinho anuncia a saída, faz todo o teatrinho de almoço de despedida, de vou sentir saudades bla bla bla e em cima da hora AMARELA e diz que era brinks.

wonderland testa meus limites. a ruiva jurou que não foi teatro, e que ela mudou de ideia na ultima hora, e que ela não sabe nada mais que eu sobre a recolocação da equipe. mas eu não sou idiota, né brasil? todo mundo no escuro, a protegidinha da chefe resolve ir embora. um dia antes do grande anúncio do que será de cada um de nós a maluca diz que não vai? é obvio que ela sabe de alguma coisa.

eu acho tudo uma tremenda palhaçada. tenho preguiça dela, tenho pena desse bando de gente que treme nas bases quando pensa na hipótese de ir para o mundo real. bando de peixe de aquário. bando de gente cagona.

eu continuo no escuro, até amanhã. serena recebeu informações quentes de que a sua recolocação será pra FORA da empresa. passamos o dia ajustando o curriculo dela. as estagiárias assustadas correm pra mim, perguntando o que vai acontecer com elas. tecnicamente, a gestora delas é a ruiva. mas cadê autoridade nessa hora? é pra mim que elas vêm. é em mim que buscam apoio.

apoio que eu não posso dar, porque fico sendo bombardeada o tempo todo com reviravoltas mirabolantes, e tou aqui preocupada em me manter sã no meio do imenso furacão que está se abatendo sobre nós.

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