Páginas

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Vanessa me mandou por e-mail esse texto, dizendo que lembrou de mim, com todas as idas e vindas de troca de emprego. 


O texto fala sobre essa característica tão comum de algumas pessoas (a minha geração?) de trocar o certo pelo duvidoso, do quanto essa pretensa busca pela liberdade pode ter efeito contrário, aprisionar.

Eu fiquei pensando nisso, e não é um assunto que já não venha passeando pela minha cabeça há pelo menos um ano e meio. Eu sei que tudo o que me acontece é escolha minha. Eu lido bem com as consequências. Encaro as minhas decisões de frente. 

Eu estaria mentindo se dissesse que nunca me perguntei se fiz as escolhas corretas. Eu me pergunto isso com frequência, muito, muito. Eu tento me lembrar de todas as vezes em que passei algum perrengue de trabalho (desde que saí lá da firma colorida, foram VÁRIOS), se eu me sentia ou não arrependida das minhas escolhas. A resposta sempre foi não.

Desde que eu sai da firma colorida, eu aprendi muito. Aprendi a ser gestora, a não gritar, a pensar uma, duas, dez vezes antes de falar bobagem. A respeitar o trabalho dos outros, a tomar decisões difíceis. Aprendi a lidar com uma empresa desmoronando a minha volta (o que me preparou para o que eu vivo, hoje, de novo). Conheci gente boa e gente ruim. Gente sem escrúpulos, gente louca, gente manipuladora e sem caráter. A firma colorida tinha lá os seus loucos, mas eu posso dizer, nenhum deles era nem parecido com o que eu lido na minha vida atual. Era uma redoma de vidro. Uma realidade controlada. Onde eu não sofria grandes perigos, mas não dava grandes saltos. Fazia um trabalho foda, mas o caminho era longo, o reconhecimento difícil. Minha saída não foi pegar um atalho. Minha saída foi uma aposta em tudo o que eu ainda não sabia. A vida aqui fora é uma selva.

Eu fico pensando em 2011, se eu não tivesse saído de lá, onde eu estaria agora. E a grande verdade é que se eu não tivesse pedido demissão em setembro de 2011, eu teria pedido em novembro ou dezembro, ou em 2012, ou em 2013. Eu me conheço bem. O que me movia pra fora de lá era eu, não era algo mais legal que tivesse surgido no meio do caminho. Eu não estaria mais lá. Por minha causa mesmo. :)

Eu gosto do caminho que eu percorri. Eu vejo os meus amigos de lá, e eu sou cheia de amigos naquele lugar incrível, e eu sei que fiz a escolha correta. Eu brinco que um dia volto, mas eu entendo essa minha jornada aqui fora como um aprendizado, pra ficar boa o bastante e voltar pra lá quando for hora. Talvez ainda não seja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário