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quinta-feira, 7 de maio de 2015

#1 

em 2010 eu ainda era apaixonada pelo covinhas. ele não era apaixonado por mim, vivia entre idas e vindas com a namorada japonesa. a cada término eu me enchia de esperanças. éramos amigos. saíamos juntos. fomos a um aniversário de uma amiga em comum e eu vi quando ele colocou os olhos em uma menina miúda num cantinho da mesa. ela rabiscava em guardanapos. foram apresentados enquanto eu observava, de longe. eu sabia. eu soube imediatamente que ali, naquele momento, todas as minhas chances já quase inexistentes se extinguiram de vez. meu coração escorreu e foi parar no pé, enquanto à distância eu acompanhava os sorrisos e olhares. eles foram morar juntos um mês depois, e são felizes até hoje. eu sempre lembro dessa menina, e sempre pensei que, na vida, eu não seria arrebatada, e muito menos arrebataria ninguém. 

#2 

eu sonhei que nada estava acontecendo. no sonho, minha vida era como antes, e eu pensava no menino da motocicleta e olhos rasgados como um sonho do qual eu acabava de acordar. sabe aquela sensação de acordar de um sonho bom? eu me sentia assim, meio decepcionada com a descoberta. acordei e ele dormia ao meu lado. era realidade. sonhei que estava sonhando. 

#3 

existe uma ex namorada, e eu fico pensando como ela vai reagir quando souber que eu existo. ela ainda liga pra ele, ainda manda mensagens de madrugada. eu fico pensando que eu sou a menina do bar do covinhas, que chegou criando uma nova história, uma reviravolta, jogando os planos de outra pessoa no chão. será que sou eu no lugar da menina, arrebatando e arrebatada, enquanto alguém tem o coração partido?

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