Páginas

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

sobre empatia, ou sobre desmemória.

podem me chamar de louca desmemoriada. talvez eu seja mesmo. talvez eu me recuse a virar uma dessas pessoas de coração de pedra.

carola me contou sexta feira que era o último dia dela em wonderland. e que ela estava saindo assim como eu, sem saber pra onde ir. que a vida estava insuportável e ela precisava se salvar daquele universo onde ninguém, nunca, pretende chegar a lugar nenhum.

eu estava numa reunião, horas antes, aqui na firma nova que ainda não tem nome, e os gestores estavam justamente conversando sobre uma posição em aberto, uma vaga que eles não estão conseguindo preencher. e era uma vaga exatamente para o perfil da carola. mesma formação, mesma experiência, mesmo nível. ouvindo carola contar do susto, do medo que dá esse salto sem destino certo, eu me solidarizei. comentei por aqui que conhecia uma pessoa que podia ter o perfil da vaga; comentei com ela da vaga aberta aqui, pra ela enviar o curriculo.

empatia, isso. se colocar no lugar do outro. seria fácil ser escrota, eu nem mesmo sei se ela faria o mesmo por mim. talvez não. não me importo. faz muito pouco tempo desde que numa segunda feira como essa, a minha primeira segunda feira livre pós demissão, eu tive uma crise de choro sem saber o que aconteceria comigo. questionando se tinha tomado a decisão certa. foi um dia ruim. hoje é a segunda feira dela. a primeira. que eu espero que não cause o desespero que eu passei, porque ela sabe que a rh vai ligar pra ela. been there. não dá pra fingir que não.

então é isso. a parte boa da vida é meio que essa. minha briga com ela era circunstancial. tinha a menina ruiva, tinha um projeto zoado, tinha aquele mundo fazendo muito mal a toda aquela equipe. o projeto aqui é maior, a gente não vai se esbarrar de cinco em cinco segundos. se ela passar. eu acho que tem chances. eu espero ter ajudado. 

agora, de fora, eu tenho perspectivas. eu consigo olhar pra tudo o que eu passei naquela empresa dos demônios, e saber que estou melhor. que boa parte das brigas não precisava ter acontecido, e que se aconteceram, foi porque tava todo mundo em estado de guerra. não havia equipe ali. as pessoas não se ajudavam. não tinha cumplicidade, nada, nada. e olha só o que acontece quatro meses depois? equipe. a gente se ajudando. somos sobreviventes da mesma guerra, afinal de contas.

:)

2 comentários: