O coração tem andado acelerado de um jeito ruim, e a garganta arde. O fim de semana passou voando, e eu passei boa parte dele pensando em trabalho. Não sei quanto tempo mais eu vou topar viver essa vida. Me tomaram a mesa, e eu sou a única gestora sentada junto com os analistas. O que faz com que neguinho não respeite o que eu digo. O espaço é limitado, e junte-se a isso o fato de eu estar com o trabalho de dois gerentes nas mãos. Na metade do espaço. É tipo 4x pior. Eu tava ali, lidando com o ferro que passa embaixo da mesa pequena e deixou meus dois joelhos roxos, ligando com a metade das gavetas, metade do espaço e dobro de cobranças. E aí a menina ruiva veio me dizer que o former friend não me incluiu num treinamento importantíssimo de wonderland. Um treinamento que ele tinha me prometido, e que eu contava receber. Que me ensinaria a ser gerente, me prepararia pra essa vida de surras que eu venho levando sem histórico ou proteção.
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na sexta a noite, encontrei um querido da firma antiga numa festinha na casa da ex roomate. ele disse que sentia minha falta na firma. eu também sinto a minha falta na firma, foi o que eu respondi.
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to aqui lidando com a dor das escolhas feitas, com a decepção com pessoas que eu acreditava, com cada segundo dos meus dias que, já há três semanas completas, entrando na quarta, se arrastam lentamente. eu não poderia voltar. não tem esse caminho, nem que eu quisesse. não há nada lá pra mim. da mesma forma, eu olho em volta e não vejo nada, não consigo achar uma rota de fuga. fico aqui com os pés afundando em areia movediça. torcendo para nenhuma outra notícia ruim nos próximos 15 minutos.
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