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sexta-feira, 8 de junho de 2012

13:27

semana passada, deitada no divã, eu reclamava de trabalho. quando me sentei e pude olhar de novo o rosto da dra freud, sorri sem graça, dizendo que estava bem, e que as unhas continuavam inteiras. bobagem. comecei a roer no dia seguinte, roer bastante, cada cantinho. a cada coisa que dava errado, mais unha ia embora, até sobrar pouco, quase nada. eu nunca deixo de me espantar com a quantidade de coisas dando errado.

essa semana, o mesmo divã, unhas roídas. eu chorona, brava, reclamando. tem dias que todos os perrengues de wonderland pesam nos ombros e eu me pergunto de verdade o que estou fazendo com a minha vida.  eu falava sobre a natureza das pessoas, sobre ter ou não fé. esbarrei no ex melhor amigo na rua e voltei a sentir medo. torci pra que ele não me visse, dentro do carro. ele viu. ficou esperando pra ver se eu ia dizer aquele oi que ele disse que queria ter dado no supermercado. eu virei o rosto e acelerei o carro. não tem oi. não tem conserto. tem medo e susto. ainda. isso tem.

fiquei pensando no former friend. em toda essa situação que eu me vejo afundada no trabalho ser culpa dele. ele me levou pra lá. me prometeu um projeto genial, um lugar incrível. eu cheguei e o lugar não era incrível. o projeto era uma ideia - sim - genial, transformada num frankenstein sem pé nem cabeça, tão ruim e tão porcamente construído que nem consertar é possível. tem que destruir, jogar fora, tacar uma bomba, explodir e começar de novo. e aí ele sai de lá. e eu continuo lidando com os problemas que ele causou. afundada até o pescoço em cada um deles. desde o filho da puta bonachão que não faz nada e enche o saco sentado do meu lado, passando pelas contas que ele não fez, pelo produto que ele não construiu. o mundo perfeito que ele prometeu que estava ali e que não está nada. nada.

junta isso com a decepção da amizade mais uma vez desfeita. eu realmente acreditei que nós dois tínhamos aprendido com aquela briga de 2005. que ele não ia ser desleal, que eu podia confiar de novo. e e ele não aprendeu lição nenhuma, nada. e eu menos ainda. fui aprender agora. enxugando as lágrimas e falando alto e rápido, ali no divã, que a natureza das pessoas é uma só, não muda. e que se a gente não está ok com alguma coisa, não tem que ficar por perto. porque eventualmente respinga. e queima. de novo.

2 comentários:

  1. " fui aprender agora. enxugando as lágrimas e falando alto e rápido, ali no divã, que a natureza das pessoas é uma só, não muda."

    Também sou do time que não acredita em mudanças.Se a pessoa é daquele jeito, ela vai morrer assim.Não adianta conversa, não adianta repressões, não adianta demonstrações de carinho...tudo é perca de tempo.

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