Páginas

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

ando passando um dia por vez, porque essa é a única maneira de fazer isso. só por hoje eu me preocupo com as planilhas todas. temos um gerente de projetos agora. é bom, porque organiza a imensa bagunça que se formou. o prazo está correndo, e eu nem vou entrar no mérito do risco que os adultos todos assumiram quando deixaram uma contratação tão importante pra tão em cima da hora. o cara é legal, me lembra o obama. é meio sem noção, faz umas brincadeiras estranhas, mas não me parece ser uma pessoa ruim. eu estou realmente muito aliviada de saber que agora tem alguém de fato olhando pra tudo, e com o trabalho de garantir que nada seja esquecido. com a ordem que ele começou a colocar, ficou claro a ordem do que eu tinha que entregar. comecei a liberar documentos, fazer apresentações. todo mundo começou a ter uma ideia mais clara do que eu estava fazendo.

mas aí tem a rainha de copas. e quando a pessoa quer ser má, não tem muito jeito. foi parar lá no escritório do sul e saiu dizendo que eu "precisei ganhar um chefe pra começar a trabalhar", se referindo ao GP. que nem é meu chefe. soube que fui defendida pela equipe de lá, e isso me aqueceu a alma. ouvi dizer que disseram que eu era a única pessoa de são paulo que eles viam trabalhar. morri de amor.

ouvir que ela falou esses absurdos nem me deixou com raiva. eu estou tentando elevar meu espírito. é uma proposta real que eu me faço nesse momento. não me abalar com o que não é importante. eu poderia responder que é obvio que a quantidade de documentos que eu entreguei nos últimos dias só foi possível porque eu já vinha trabalhando neles antes, e que finalmente encontrei na estrutura a pessoa que vai compilar tudo. mas não. deixem falar. se a leitura dos chefões é a dela, a de que eu não trabalho, eles precisam mesmo me liberar, e achar alguém que faça mais do que o que eles acham que eu faço. não é problema meu, é deles. eu sei o que eu faço. eu não parei nos últimos 9 meses. 

aliás, 9 meses, hoje. eu fui tão feliz até junho. eu sou feliz ainda. eu ainda acredito no projeto. foi nas pessoas que eu perdi a fé. as meninas pontuam que o chefo está mais calmo, e realmente tem mais de uma semana que ele não manda nenhum e-mail criticando o meu trabalho, ou dizendo que eu não estou trabalhando. quando ele mandou aquele último e-mail era uma sexta, a sexta das balas de coco. as pessoas vinham me perguntar se eu também achava que a rainha de copas tinha escrito o e-mail. porque pra elas estava nítido. eu não achei isso em momento algum. eu sei que foi ele escrevendo. eu só acho que não foi ele pensando. o discurso é dela, os argumentos são dela. eles se apropriaram do discurso dela. as pessoas acham que agora está tudo bem porque ele está calmo. mas eu estou escaldada demais pra acreditar nisso. piso em ovos o tempo todo. até a hora em que eu não precisar pisar mais. até a hora em que eu puder pisotear nos ovos todos, e fazer aquele estrago bem grande. por enquanto, não.

e assim. há que se respeitar uma pessoa com esse poder de persuasão. isso é poder, o resto todo não adianta de nada. ela gere as pessoas, ela gere a empresa. eu fico aqui, quietinha. sabendo o que ela fala, mas me mantendo longe da linha de tiro. dra freud disse que it takes two to dance. eu estava dançando, mas já não estou mais. se ela não tem mais coadjuvante, a cena é só dela. pois que seja, então.

eu to bem, sabe? é meio que como eu ia dizendo. minha vida é ótima. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário