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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Setembro

Sempre foi assim. Uma parte da vida funcionando, ainda que com problemas. A outra parte da vida desmoronando. A parte que funcionava, trabalho. A grana podia estar curta, o clima podia estar pesado. Eu tinha os meus fones de ouvido, a minha autoconfiança e a minha fé no que eu estava fazendo. A parte que não funcionava, vida pessoal. Eu exagerava as preocupações com o peso e me achava sob controle dentro de roupas tamanho P. Me fiava em um bom corte de cabelo e me anestesiava com festas regadas a vodka e tequila. Era fácil. Segunda eu tava inteira, pronta pra 5 dias produtivos. Os dias problemáticos eram dois, apenas. Totalmente administrável.

E aí a equação inverteu. A vida pessoal ficou linda, incrível. Os finais de semana foram preenchidos com certezas e mãos dadas. E sorrisos, e o maior amor do mundo. Tudo segue certo, incrivelmente certo. O trabalho desmoronou, levou minhas certezas, minha autoconfiança, minha fé. Não há música que me aquiete o espírito. Não há nada que possa ser feito. Foi como se eu tivesse sido quebrada, partida. Torcida, dia após dia, segunda a sexta. 5 dias de sofrimento, 2 dias bons.

O momento é de aprender lidar com isso. Firmar os pés onde o chão não é firme. Em lugares que eu não sei se quero pisar. Eu tenho 2 dias bons e 5 dias muito pesados. Eu enfiei na minha cabeça que é culpa de saturno, e falta tão pouco. 5 de outubro tá aí. Me chamem de louca. É bem capaz que eu seja. Eu preciso acreditar em alguma coisa, e eu vou tateando em direção a esse momento em que eu acredito que as coisas vão melhorar. Até lá eu me distraio. Choro na terapia e no colo do meu menino. Compro pratos coloridos e tiro fotos da casa.

Se passar esse período e não passar a angústia, eu vou precisar fazer alguma coisa. Questão de sobrevivência. Porque ficar desse jeito tem sido a morte.

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