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segunda-feira, 16 de julho de 2012

16:25

podem me chamar de bobinha. eu acredito em saturno, eu acredito em mercúrio. eu vou consultar as cartas de tarot vez por outra, eu busco alguma resposta que me aquiete o coração quando a vida pesa nos ombros. eu vi susan miller dizer que saturno viria pra minha vida em 2009, e as coisas só ficaram mais difíceis desde então. eu vi ondas de eclipses bagunçarem a ordem, sacudirem o chão por debaixo dos meus pés. eu vejo ela dizer que mercúrio ficou retrógrado e eu sinto as palavras se embaralharem na minha cabeça e na minha boca. é um exercício extra, me organizar. porque mercúrio retrógrado embaralha as ideias de todo mundo, e ninguém se entende. ninguém se esforça pra se entender. dá briga, dá disse-me-disse, dá muita confusão. eu fico quietinha, torcendo pra não sentir as próximas três semanas como tenho sentido todo o resto. eu quero é ficar quietinha com as pernas entrelaçadas às do meu menino e algum filme legal na televisão. e arroz doce que eu trouxe de casa pra adoçar a tarde. eu quero que as pessoas entendam que a culpa não é minha. e me deixem em paz. e lidem com as próprias frustrações sem me atravessar o caminho, porque eu também tenho cá as minhas próprias questões. susan disse que saturno já estava enfraquecendo, e que agora um tiquinho do peso vai embora, e que eu estou preparada para as coisas incríveis que estão por vir porque esse período foi de aprendizado. eu olho em volta e continuo vendo o caos, mas eu tento me fiar nisso, na bobagem de umas previsões escritas pra me acalmar os nervos. alguém me chamando de dear libra e me dizendo que tudo vai ficar bem. é bobagem, me deixa. me deixa cá com as minhas crenças malucas, com as minhas superstições, os meus pequenos rituais. mercúrio está retrógrado e todo mundo se esbofeteia. eu quero a capa da invisibilidade do harry potter pra passar por esse período sem machucados extras. cada hora a mais é uma hora a menos. o dia vai acabar e eu vou poder ir pra casa, tomar leite com sucrilhos e  imaginar o lustre vermelho caindo por cima da mesa nova. amanhã a mesma coisa. e depois. e depois.

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